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9.2.15

NO DIA EM QUE O MORRO DESCER... E NÃO FOR CARNAVAL

Além de trabalho pesado, poucas horas de sono e uma perspectiva de futuro não muito promissora, o lado esquecido da cidade também recebe de presente um belo complexo de inferioridade. 


O dinheiro determina seu valor, seu grau de contribuição pra roda girar determinará seu grau de "sucesso" dentro da sociedade do espetáculo. 

Se você faz parte do lado que produz, será condicionado a sentir-se menos humano em relação ao lado que consome.

O lado limpo, higienizado, aonde habita o sucesso, os bons costumes, o lado que soube bem administrar a herança da família, nunca esconde seu complexo de superioridade. 

Suas festas não me deixam mentir.

Um lado da cidade toma "uma pílula de anti-depressivo pra dormir, e duas para acordar". 




Já o remédio para o sono, no lado cinza é a fome. Nunca falha, pois sempre é medicado pelos pais:


"Dorme meu filho, dorme que a fome passa"

Um lado, faz doações para instituições regularmente, só os antidepressivos não bastam, é necessário também a caridade. Agora a cabeça aquieta no travesseiro.

Mas esse lado não nota, ou não quer perceber, que ao olhar ao seu redor, tudo que faz sua vida acontecer, tem envolvido as mãos do lado menosprezado.

O caixa de supermercado, o pedreiro, a padeira, o costureiro, a mecânica, o lixeiro, a babá, o cozinheiro. Elxs estão em todos os lugares, dominando todas as funções elementares da vida.
O suor de um lado da cidade, os sonhos sabotados em nome de algo que não está dando certo, para ambos os lados. A futilidade e a culpa emocional versos o sofrimento físico e psicológico. 
Mas é por pouco tempo.


Em um futuro próximo, um lado da cidade ficará um dia sem ir trabalhar, só para que o outro lado da cidade possa experimentar... O que é ficar um dia sem comer.


Texto: Ibu Junior Martins Piradju 
Arte: RobertYo Arte Ilustração

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